Resenha: Taylor Swift - 1989


Cantoras Pop são facilmente criticadas. E, cá entre nós, desde a popularização do auto-tunes e das parcerias “feat.”, ficou mesmo difícil levar a sério o Pop comercial, que mesmo assim vende milhões e toca nas rádios até você sentir enjoo só de ouvir a introdução do single. Em 2013, o trio de irmãs Haim nos encheu de esperança com um disco que traz muito do Pop dos anos 80 em meio à pegada do Rock alternativo, base da banda. Mas coube à Taylor Swift, um ano depois, fazer o melhor disco cuja ideia é resgatar tudo de bom do Pop oitentista e aprimorar com o melhor que os anos 2000 nos deram.

Em 1989, quinto disco de sua carreira, Tay abandona definitivamente suas raízes Country, deixando de lado o banjo e entregando-se aos samples e sintetizadores do Synthpop. Influências contemporâneas estão muito presentes, como Lorde, Zola Jesus, Sia, Likke Ly, Lana Del Rey (Wildest Dreams) e Haim (I Wish You Would). A influência do Hip Hop também aparece de forma discreta. A batida dos anos 80 e sua linha de baixo tão característica marca presença. Em entrevista, Taylor afirmou que o álbum é o resultado experimental de um tempo que ela passou curtindo a Pop Music. E é exatamente assim que 1989 soa.



Das faixas a serem destacadas (e ouvidas com todo carinho) Blank Space é uma das melhores. Além da batida simples e marcante, a letra é ótima: “Got a longless, drivers, lovers/ They'll tell you I'm insane/ Cause you know I love the players/ And you love the game ”. E como é deliciosa a voz de Taylor!

Space e sua introdução à la Random Access Memories (Daft Punk) e a balada certeira Clean também merecem ser citadas. Vale dizer o quanto Shake It Off é uma peça perdida dentro do disco, que só funciona como single isolado. Mas quando se tem uma faixa tão surpreendente quanto Out of the Woods no disco, os deslizes são perdoados. Talvez, essa música represente a mulher Taylor Swift. A garota ficou no passado.



É comum fazermos um balanço geral quando o ano termina, quando encerramos ciclos ou começamos uma nova etapa na vida. A maioria de nós adora parar pra pensar em tudo em determinadas datas simbólicas. Sendo assim, 1989 soa como o balanço geral de Taylor Swift sobre seus 25 anos e a juventude que ela experimenta. E é por esse balanço que ela consegue fazer um álbum tão pessoal e universal ao mesmo tempo.

Ao pesar seus erros, mudanças, relacionamentos e a vontade de acertar, Taylor expõe o pensamento de tantos jovens de sua idade. Todos enfrentam os desafios de assumir de vez a vida adulta, as responsabilidades que isso traz e, apesar da vontade de ter feito muita coisa diferente, é bom pensar que os erros moldam nosso caráter. E New Romantic sintetiza tudo isso: “We're so young that we're on the road to ruin/ We play dumb/ But we know exactly what we're doing”. Com certeza, uma das melhores músicas da carreira de Taylor Swift.

Quem tem 20 e poucos anos vai se identificar. Saudosistas dos anos 80 vão apreciar. Indies moderninhos vão ter que dar o braço a torcer e assumir a qualidade de 1989. Agradar a todos é impossível, mas Taylor Swift nos mostra que está quase lá.


Destaques: Blank Space, Style, Out of the Woods, Clean e New Romantics.



Um comentário:

  1. Primeira resenha que o escritor indica as mesmas musicas que gostei... New Romantics, com certeza, deveria estar na versão regular porque é uma das melhores do cd (se não a melhor), pois é exatamente o que ela quis passar no cd: amor, diversão e um mix dos anos 80 com os dias atuais... enfim, adorei o cd :)

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