A trilha sonora de Boyhood (ou sobre como a vida pode ser extraordinariamente simples)


A verdade é que quase nunca nos damos conta de que a vida acontece todos os dias, de que o extraordinário vive na rotina e que a felicidade pode estar nos pequenos detalhes. Boyhood é umas das melhores coisas que vi neste ano, mesmo sem nada de fantástico, incrível, sem grandes cenas ou momentos. É isso que o filme tem de melhor.

Ao longo de 12 anos acompanhamos a vida de Mason, ou melhor dizendo, do ator que o interpreta.O diretor, Richard Linklater, reuniu o elenco ao longo de todo esse tempo apenas para assistirmos um filme, que parece a biografia de um garoto comum, com uma vida como qualquer outra.

A trilha sonora, assim como o filme, é leve. E mais do que isso, ela pontua as transformações de cada fase, para que quem esteja assistindo entenda que o tempo passou. Quando "Yellow", do Coldplay, começa a tocar, entendemos que estamos em 2000, assim como quando a irmã de Mason começa a cantar o sucesso de Britney Spears, “Oops!... I Did It Again”.

A playlist com todas as canções do filme


Ethan Hawke, que interpreta o pai de Mason, é o centro das maravilhas musicais do filme. Além de interpretar o pai solteiro, descolado e amante da música, ele providenciou a melhor playlist de todas (ever), uma seleção de músicas com o melhor do trabalho solo de Paul, John, George e Ringo Starr. No filme ele dá para Mason como presente de aniversário, mas a verdade é que foi feita especialmente para a filha de Ethan Hawke.

The Black Album, a compilação de Ethan Hawke
(sem as músicas de George Harrison por motivos de: não ter no Spotify)


Já a trilha oficial contempla oito músicas, selecionadas a dedo, representando cada fase da vida de Mason. De Wilco, com “Hate It Here”, passando por The Flaming Lips, com a linda "Do You Realize?”, até Arcade Fire, com “Deep Blue”.

A trilha sonora oficial



Boyhood estreia hoje (30) no cinema e vale a pena parar pra se identificar com os percalços enfrentados por Mason, ainda que se trate de coisas corriqueiras, que servem apenas para nos lembrar de que estamos vivos e que o extraordinário pode ser o agora. 

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