Resenha: Kings of Leon e Paramore são destaques do Circuito Banco do Brasil, em São Paulo


No sábado, 01 de novembro, rolou a etapa paulista do festival Circuito Banco do Brasil. O evento, que também passou por Brasília, Belo Horizonte e ainda acontece no Rio de Janeiro, dia 08, reuniu música e skate para cerca de 30 mil pessoas, que não se importaram muito com a chuva que caiu em boa parte do tempo (afinal, se tem uma coisa que São Paulo não pode reclamar é da chuva mais que necessária caindo!).

Durante a tarde, a pista de skate com a presença de esportistas como Sandro Dias, o Mineirinho, foi o destaque pra galera que já estava no Campo de Marte. A banda vencedora do concurso cultural que os levou a tocar no festival, Helga, não contou com grande público, que começou a se aglomerar do show da Pitty em diante.

A divisão entre pista premium e pista comum (algo que sempre vai ser difícil de entender e aceitar em um festival) fez com que a "galera premium" fosse privilegiada com poucas filas para caixas, alimentação e banheiros. Quem estava na pista comum também não tem muito do que reclamar, a organização funcionou bem na maior parte do tempo (é claro que filas e um pouco de espera são normais em grande eventos, né?!). Apenas uma pequena e rápida confusão durante a saída do festival pode ter chateado algumas pessoas, por uma questão da disposição das grades de proteção na rua. Mas, no final, ficou tudo ok!

Os shows:

PITTY
Com sua pose de roqueira, Pitty se destaca como uma das poucas cantoras brasileiras que ainda sustentam este posto. Acompanhada de seus sempre talentosos músicos, ela apresentou 5 faixas de seu mais recente disco, Setevidas, intercaladas com hits que marcaram sua carreira e que fizeram todo mundo cantar junto com ela, que estava bem simpática no dia. Vale destacar a performance de Máscara, que ganhou uma pequena referência de Glory Box, de Portishead.

Foto: Divulgação/ Circuito Banco do Brasil


Setlist: Setevidas, Anacrônico, Chip Novo, Deixa Ela Entrar, Teto de Vidro, Memórias, Um Leão, Olho Calmo, Pulsos, Me Adora, Na Sua Estante, Máscara e Serpente.

SKANK
Foi já no início do show do Skank que a chuva deu as caras no festival, o que não desanimou grande parte do público, que viu com empolgação a banda mineira tocar as principais músicas de sua carreira. O setlist com Garota Nacional, Jackie Tequila e outros sucessos foi certeiro, e agradou principalmente aos casais mais apaixonados em momentos como 3 Lados. No final do show, Samuel Rosa chamou ao palco os amigos da banda Cachorro Grande e juntos eles tocaram um cover, todo certinho, de Helter Skelter, dos Beatles.

Foto: Uol

Setlist: A Noite, Futebol, Uma Canção É Pra Isso, É Proibido Fumar, Saideira, Canção Noturna, Ainda Gosto Dela, Ela Me Deixou, Jackie Tequila, 3 Lados, Vou Deixar, Garota Nacional e Helter Skelter (cover The Beatles).

MGMT
“Olha o Gandalf!!”. Se a pira musical do MGMT não empolgou quase ninguém - cá entre nós, o festival era formado por fãs de Paramore e Kings of Leon. Pouca gente ali conhecia ou curtia o MGMT – o visual do vocalista Andrew VanWyngarden chamou atenção. Metade da galera o comparou com o personagem de O Senhor dos Anéis, e a outra metade queria demais que ele jogasse seu chapéu inusitado ao final do show. O que não aconteceu. Com um último disco bem ruim, o MGMT, duo que ao vivo conta com mais 4 músicos de apoio, continua levantando a galera em dois momentos de sua apresentação: quando tocam Time to Pretend e Kids. Assim como em sua última passagem pelo Brasil, no Lollapalooza de 2012, eles se apresentaram debaixo de chuva (fica a dica, São Paulo, MGMT traz chuva pra cidade!) e sob aquela brisa toda, o destaque mesmo foram as projeções alucinantes no telão. Nenhuma substância lícita ou ilícita é necessária para fazer sua mente ir bem longe olhando os desenhos e imagens dos músicos versão viagem de LSD.

Foto: Divulgação/ Circuito Banco do Brasil

Setlist: Flash Delirium, Time to Pretend, Cool Song No.2, Its Working, The Youth, Of Moons, birds and monsters, Introspection, Electric Feel, Kids e Alien Days.

PARAMORE
O show do Paramore trouxe ao CBB um público que, muito provavelmente, não estaria ali não fosse a presença da banda. Não eram poucos os pais acompanhando seus filhos ainda adolescentes que esperavam por sua musa Hayley Williams. A miníma aparição de fotos da moça no telão enquanto o show nem havia começado já era motivo para gritos histéricos e elogios vindos dos fãs. O que pode, em primeiro momento, parecer até irritante, na verdade é uma boa experiência. Muitos ali estavam em seu primeiro festival, e tiveram a oportunidade de ver um evento eclético, de estilos musicais variados, ao invés de se aventurarem por algo completamente teen, vamos assim dizer.

Embora todos músicos demonstrem muita vontade e prazer em tocar, é mesmo Heyley quem comanda o show e se destaca. Ela não para um segundo, e é notável o quanto apesar de tanto pular, correr e balançar a cabeça, sua voz não falha. Ela conversa bastante com o público durante todo o tempo, ora falando sobre a próxima canção, ora agradecendo a presença de todos e a dedicação dos fãs que os acompanham. Em determinado momento, ela escolhe um fã para cantar com ela Misery Business. A sortuda da vez foi uma garota chamada Aline, que teve seus 5 minutos de Rock Star. Sem perder a oportunidade ou se intimidar pela plateia de milhares de pessoas, Aline encarnou uma roqueira, bateu cabelo, comandou os músicos e cantou como se o palco e o show fossem seus. Parabéns pra ela, que entre os fãs de Paramore, que saíram bem satisfeitos com o show, foi a que mais curtiu!

Foto: Divulgação/ Circuito Banco do Brasil


Setlist: Still Into You, That´s What You Get, For a Pessimist, Ignorance, Pressure, Decode, Only Exception, Last Hope, Brick, Misery Business, Let the Flames Begin, Pt II, Proof e Ain´t It Fun.

KINGS OF LEON
De dois em dois anos, o Kings of Leon vem ao Brasil para se apresentar em um festival – SWU (2010), Planeta Terra Festival (2012) e Circuito Banco do Brasil (2014). De longe, essa foi a melhor apresentação da banda por aqui. O primeiro “up” deve-se ao mais recente disco deles, Mechanical Bull. Faixas como Supersoaker (que já abre o show) e Don't Matter, voltam a dar peso ao repertório, enquanto Family Tree e Temple ajudam a dosar o lado Pop do grupo. O segundo “up” é a postura dos músicos mesmo. Se em 2012 era nítido que a banda estava voltando aos palcos após uma pausa (Caleb fez questão de repetir algumas vezes que estava enferrujado), dessa vez eles estão em meio a uma grande turnê de divulgação e, portanto, muito mais em forma, podemos dizer.

O passeio por faixas dos seis discos que possuem faz com que os fãs fiquem satisfeitos. Tanto quem vai pular em Molly's Chambers quanto quem vai fechar os olhos nos solos inconfundíveis de Closer. Outro ponto positivo da apresentação do KOL no CBB foi a execução de algumas músicas que não estavam no setlist da banda há algum tempo. Cold Desert, por exemplo, foi surpresa pra muita gente. O show de luzes e projeções no palco também está bem mais interessante nesssa turnê.

Como já é esperado, a família Followill não interage muito com público e têm alguns “momentos base”, que se repetem em todos os shows: Nathan na bateria e seu chiclete com bolas cada vez maiores, Matthew na guitarra, fazendo distorções com a boca em Closer, enquanto Jared levanta o baixo e faz biquinho com a boca. Esses e outros trejeitos se repetem em todos os shows. O que, no geral, pouco importa ou conta como negativo. Caleb foi quem pareceu mais à vontade para “inovar”. Não me recordo de ele jogar tantas palhetas ao público ou ficar um tempo a mais no palco olhado para todos e agradecendo depois do término da última música. Seu semblante era de verdadeira satisfação, assim como o dos fãs.

E, mais uma vez, o vocalista deixou o recado de que, em breve, eles voltarão ao Brasil. Portanto, haters gonna hate!

Foto: Divulgação/ Circuito Banco do Brasil

Setlist: Supersoaker, Taper Jean Girl, Fans, Family Tree, Mary, Bucket, Closer, Immortals, Knocked Up, Pyro, Temple, Radioactive, Molly´s Chambers, Don´t Matter, On Call, Notion, Cold Desert, Use Somebody, Crawl, Black Thumbnail  e Sex On Fire.

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