Me conta como foi o show do Paul!

Do começo ao fim, a aventura para conferir a abertura da turnê de um dos maiores músicos vivos

por Izadora Pimenta

Paul McCartney em "Eight Days a Week"  (Izadora Pimenta/Rock 'n' Beats)

Carros de polícia logo atraíram os olhares curiosos em segundos tão velozes que foram impossíveis de ser calculados e fotografados com outra máquina que não fosse o globo ocular. Entre eles, um carro preto passava rápido com quase todos os vidros fechados, exceto um, que trazia na janela um senhor de 70 anos, que vestia um terno preto e óculos escuros e acenava para as pessoas que observavam a cena. Poderia ser um cumprimento qualquer, mas era um cumprimento de Paul McCartney. E por mais que a pessoa finja ter um coração que não se amolece tão fácil, é bem difícil ficar incauto a um tchauzinho de um beatle. Ao menos, assim foi o resultado por aqui: me senti verdadeiramente histérica, emocionada e, por que não, abençoada. Eu escreveria um álbum sobre estes rápidos segundos, mas nem mesmo um emoticon era preciso para demonstrar tal sentimento. Eu não precisava explicar para ninguém à minha volta o que estava acontecendo. Isso tudo também não precisa ser racional. Simplesmente era. Simplesmente foi. Paul McCartney acenou para mim.

Há algo que você, se nunca foi a uma apresentação ao vivo de Macca, precisa saber: a plateia vibra na mesma frequência - seja lá qual for o conhecimento de cada um acerca de Beatles, Wings ou da carreira solo do Sir. E era fácil entender ao menos um pouco do que é esta tal energia que passa quando Paul McCartney acena ao estar no meio dessa tal plateia quando algumas músicas como And I Love Her são entoadas por um estádio inteiro. E aquele eco ouvido das arquibancadas, que recebem o som um pouquinho atrasado, é uma das coisas mais lindas que você vai ouvir em toda a sua vida. Afinal, é mais do que uma música: é uma memória que mora dentro de cada um. São trechos da letra decorados em decorrência de diferentes situações, mas que em conjunto nos traz uma sensação de que podemos, juntos, construir um momento único.

Tentativa de foto do momento em que Paul acenou


Com o objetivo de atender às demandas das pessoas me perguntando "como foi o show do Paul?" e eu não conseguir responder dignamente e também o de ajudar a desmistificar a ideia de que ir cobrir um show enquanto jornalista é puro glamour, luxo e ostentação, resolvi escrever este texto, sobre uma viagem que teve 24h de estada e 18h de estrada, descrevendo o processo do início ao fim. Se tiver coragem, é só ler até o final.

De como Belo Horizonte me recepcionou

Havia todo um pretexto nessa história toda: eu estava credenciada para o show de Paul McCartney  junto à Ana Clara, para que tentássemos traduzir essa coisa toda em foto e texto, respectivamente, para o Rock 'n' Beats. E isso foi descoberto na quinta-feira retrasada, através de um e-mail, em meio a uma aula de Jornalismo Aplicado na qual eu dei um grito de felicidade. Afinal, eu iria cobrir um show incrível e, de quebra, conhecer uma cidade nova, respirar novos ares. E tudo veio fácil: a câmera, a hospedagem, a carona... O horizonte que aguardava ao fim da próxima semana era realmente belo.

A viagem não foi uma experiência para fracos: foram nove horas de estrada, que contaram com um caminhão tombado no meio da Fernão Dias, uma rodovia que deve ser enfrentada com tanto espírito de desbravamento que merece o nome que tem. Foram alguns cochilos e algumas músicas cantadas para espantar o sono, e a bateria do celular pronta para acabar enquanto a Ana, que mora na cidade, me dava orientações sobre como encaminhar o meu dia.

Acabei começando sozinha em um shopping de "arquitetura peculiar", como ela descreveu, chamado Del Rey, no qual tive as minhas primeiras impressões de BH, que não foi a primeira cidade de Minas Gerais que conheci na vida, mas foi minha primeira cidade grande de lá. Para começo de conversa, eu me senti no Rio de Janeiro: muitas camisas do Botafogo vestindo transeuntes e algumas lojas que só existem por lá. Mas a peculiaridade mineira logo se deu quando encontrei um quiosque dividido ao meio: de um lado, artigos do Atlético Mineiro. Do outro, Cruzeiro. Com o complemento do sotaque do homem que falava freneticamente ao celular enquanto eu carregava o meu em um spot improvisado, pude atestar que estava realmente na terra em que Paul iria falar uai.

O Del Rey serviu de abrigo para que eu trocasse de roupa, arrumasse minhas mochilas e bolsas de uma forma que fosse humanamente possível carregá-las e também para a única refeição do dia, um combo de McChicken ("sem maionese, por favor") comprado no McDonald's, escolhido em preferência a qualquer outro restaurante porque eu estava me sentindo com sorte e esperava ganhar ao menos uma casquinha nos famigerados cartõezinhos de Monopoly - mas que grande engano o meu, ganhei apenas números repetidos. Mas o mesmo McDonald's foi escolhido na hora de comprar um sorvete que deveria ser razoavelmente grande, para que eu pudesse tomar enquanto carregava mais um pouco o celular. Naturalmente, pedi que a massa do sorvete fosse de chocolate. A moça do caixa não estranhou, mas a outra, que colocava o sorvete, praticamente gritou comigo:

- Cê é louca? Não se faz McFlurry de chocolate!

Antes que eu pudesse responder algo, a moça do caixa também mandou um grito, mais forte e autoritário:

- SE A MOÇA QUER ASSIM É PRA FAZER ASSIM!

Com má vontade, a moça que colocava o sorvete colocou apenas alguns pedaços de Suflair e uma quantia sofrível de calda de chocolate, como se ser vencida tão rapidamente na discussão de o McFlurry poder ou não ser feito com massa de chocolate a deixasse frustrada. Mas eu me senti feliz por ter saído vitoriosa dessa pequena terceira guerra mundial e me sentei novamente no spot improvisado, onde, ao meu lado, três garotos conversavam animadamente sobre sua gangue, uma espécie de rappers de cristo - todos eles usavam tercinhos coloridos no pescoço e camisetas largas e extremamente vibrantes com cruzes. O Google não me ajudou a identificar se este é um movimento marcante, se alguém souber, me conte porque fiquei bastante intrigada.

Um quarto garoto, de camisa do São Paulo, me ajudou a encontrar a saída até o ponto de táxi do shopping, de onde eu finalmente partiria para o Mineirão. Um táxi me esperava: olhei discretamente para acompanhar o taxímetro sendo ligado e disse meu destino ao senhor que dirigia.

- Mas o que está tendo no Mineirão hoje, moça? - me perguntou o taxista

- Show do Paul McCartney.

- Dos Beatles?

- Ele mesmo.

- Meu Deus, e ninguém me avisou dessa! Como eu queria assistir!

- Ainda deve ter cambista vendendo ingresso.

- Ah, eu tô velho pra essas coisas, moça... Vou chegar nove horas na minha casa mesmo e tomar uma cervejinha.

Por R$18 ele me deixou no local que havia combinado com Ana Clara para encontrá-la, onde logo também encontramos a Marília Rocha, que participou com a gente no livro Escuta Essa. Que foi quando rolou todo o momento dos acenos do Paul e coisa e tal.

Imprensa

Ser credenciado para o show de Paul McCartney tinha algumas vantagens inclusas: reconhecimento completo da área, socialização, ginástica laboral e defesa pessoal - quase isso, só que sem glamour algum.

Quando nos direcionamos ao portão E, no qual uma grande placa indicava, com todas as letras maiúsculas, que aquela era a entrada de imprensa (IMPRENSA), fomos barrados por um segurança do estádio. Enquanto reparávamos no que ele dizia e no Spoleto construído especialmente para as Copas (imagina o Spoleto na Copa), fomos informados de que nossa entrada seria, na verdade, no portão G2. Meio desconfiados, saímos em procissão até o tal portão, onde fomos recepcionados por um funcionário chamado Mateus (ou algo parecido):

- Aqui não é imprensa, é o estacionamento de autoridades. Imprensa é no G3.

- Você tem certeza?

- Tenho, pode ir até lá e dizer que o Mateus (ou não) passou essa informação.

Ao chegar no portão G3, nos deparamos com uma grande placa escrito CREDENCIAMENTO. Mas logo viemos a saber que Mateus estava errado, e Paulo (de quem decoramos o nome por ser quase ali com Paul) nos explicava que ali era a entrada das pessoas que iriam trabalhar no show. Em meio a algumas meninas vindo perguntar se ali também era a entrada para os "convidados da banda", Paulo nos explicou que nossa entrada era... no Portão E.

Fizemos todo o caminho de volta e finalmente nos deparamos com uma fila organizada para a entrada de imprensa. Logo fomos todos identificados com pulseirinhas e fizemos uma longa peregrinação para chegar à sala da redenção. Mas tal caminho não foi fácil: tivemos que enfrentar o Bowser na figura deles, o público que estava na fila desde sei lá que horas e acreditava que aquele povo passando de pulseirinha iria roubar o sonho de um lugar na grade. Sem raciocinar muito, alguns começaram a bloquear nossa passagem e até mesmo a nos empurrar. Um show de elegância em meio a gritos de "imprensa é o caralho, eu paguei esse ingresso!". Essa aula a gente não tem na faculdade.

A sala de imprensa era bacana. Banheiros agradáveis, bebidas, tomadas de sobra e bons armários para depositar as tralhas. Até o horário do show, alguns trânsitos foram feitos dali até a pista premium para observar o movimento, encontrar pessoas e comprar um pôster da turnê, que recebe o nome de Out There! e teve sua primeira apresentação ali na capital mineira. No entanto, esta fotógrafa de primeira viagem teve uma grande decepção na hora de ser direcionada ao chiqueirinho: o zoom da humilde Nikon 3100 não era suficiente para a distância na qual havíamos sido posicionados - logo atrás da pista premium. Ao lado, somente fotógrafos (só mais uns 6 ou 7) com lentes dignas de jogos de futebol. Mas alguma coisa tinha que sair.

Paul, Paul, Paul...

Era autorizada a fotografar apenas as duas primeiras músicas e logo depois ir guardar a câmera para adentrar a pista premium. Mas Paul começou seu show com Eight Days A Week. Que tipo de pessoa começa um show tão certeiro assim? Era uma dualidade entre tentar fazer alguma foto boa e cantar e me empolgar junto com todas as outras pessoas que estavam fazendo isso no momento - afinal, jornalista também possui sentimentos. Logo ao final dos versos, consegui algumas fotos que razoavelmente gostei e sabia que não conseguiria melhor do que aquilo. Portanto, no início de Junior's Farm me dediquei a fotografar algumas pessoas em volta por ali, e logo depois saí correndo para a sala de imprensa, guardei a câmera e me preparei para imergir na atmosfera McCartney ao som de All My Loving, música na qual me empolguei enquanto também me empenhei para encontrar Ana Clara e Davi Rocha no meio da multidão. E consegui, apesar de um senhor ficar realmente irritado porque eu queria me juntar a eles. A divertida Listen To What The Man Said serviu para acalmar os ânimos, mas quem começa a nos contar uma história é Let Me Roll It, uma música supostamente composta para responder a How Do You Sleep?, de John Lennon, um ataque direto ao ex-parceiro logo após a dissolução dos Beatles.

The only thing you done was "Yesterday"/And since you've gone it's just another day/Ah, how do you sleep?/Ah, how do you sleep at night?

E Paul só tem a nos dizer que dorme muito bem, obrigado. Alguns anos após a picuinha, ele e John viriam a se acertar, mas a tal canção, que previa que o rostinho bonito de Paul iria durar um ano ou dois, se mostra totalmente equivocada enquanto ele, preenchido pelas rugas, chefia um de seus melhores riffs de guitarra. Mesmo que não seja nada certo essa história de a música ser uma resposta (eu mesma acho que não tem nada a ver, por sinal), ela acaba por se tornar uma resposta indireta: Paul McCartney tem setenta anos e domina um palco como nenhum outro dominaria. Meu beatle preferido sempre foi o George, mas seu show seria mais introspectivo. E não duvido que John se enfiaria em uma casa de shows moderninha com Yoko para apresentar um espetáculo compreendido por poucos. Ringo está aí tentando carregar a beatlemania nas costas, mas falta-lhe o carisma do colega.

Colinha do Paul (não lembro quem postou :()


É inútil adjetivar a apresentação de Macca, no fim das contas. A cada um cabe uma sensação diferente: nostalgia, encantamento, admiração, devoção, catarse, conexão, entre tantas outras coisas talvez ainda desconhecidas. E ele também nos traz momentos para todos os gostos. Ele é Paul, ele é Beatles, ele é Wings. É coração, técnica, capricho, cuidado, experiência, morsa. Um workaholic preocupado em promover o bem estar de todos os seus funcionários, bem como o seu próprio. É bastante inteligente a fórmula do showbusiness que ele levanta e alimenta ao longo de todos esses anos: shows altamente rentáveis, corpo e mente preparados para um espetáculo de quase três horas e efeitos visuais surpreendentes que não estão ali para preencher espaço ou esconder falhas - eles realmente acrescentam algo. Os fogos de Live And Let Die, por exemplo, trazem um dos maiores shows de pirotecnia levados em palco, mas não são uma tentativa de preencher os olhos e disfarçar os ouvidos da plateia: são soltos em um momento no qual também estamos imersos no som.

Em Kisses On The Bottom já era possível observar que Paul gosta de conciliar sua vocação com o descanso. E para ele o descanso parece ser, na verdade, o trabalho: depositar-se em palco, resgatar suas canções, tirar algumas surpresas da cartola (All Together Now, Lovely Rita, Being For The Benefit Of Mr. Kite!, só para citar algumas) e encontrar-se consigo mesmo, suas memórias e com sua boa música pop que influencia, direta ou indiretamente, 10 entre 10 músicos de todos os cantos do mundo.

Pedi à Mariana Rosa, que verá a mesma apresentação em Memphis, para confirmar outra das minhas teorias. Mas uma verdade deve ser a de que o público brasileiro também acrescenta muito às apresentações de Paul McCartney. Vimos o beatle ficar visivelmente emocionado ao se deparar com um estádio inteiro acendendo luzinhas de celular durante Let It Be - algo encantador na experiência que não foi programado nem combinado por aí, simplesmente aconteceu. E os inúmeros cartazes de "Thank You", fruto de uma homenagem combinada pela Internet, provaram o quanto somos preocupados em fazer parte de um show, nos tornarmos partes essenciais.


Algumas vezes durante o show meus olhos chegavam a se desviar de Paul para reparar nas projeções fantásticas preparadas para esta turnê. A sinestesia que elas geram é quase única, se comparada a todas as outras apresentações de todos os outros artistas e até mesmo do próprio cara que já vi. Em My Valentine (Kisses On The Bottom, 2012), a música que ele escreveu para Nancy Shevell, sua atual esposa, ganhamos as imagens do clipe oficial, que traz Johnny Depp e Natalie Portman interpretando a canção com linguagem de sinais. As imagens em preto e branco ali, gigantes, contrastaram de uma maneira acolhedora. Sem mais firulas: foi bonito e eu não preciso rebuscar o momento com palavras - recomendo que algum dia você presencie pessoalmente, já que você provavelmente sentirá alguma outra coisa. O mesmo clima embala a impecável Maybe I'm Amazed, dedicada à sua eterna Linda. Mas pudemos nos divertir também com as imagens de All Together Now, a montagem engraçadinha de Your Mother Should Know, a homenagem a grandes mulheres importantes na história em Lady Madonna e um interessante lyric video em Back In The U.S.S.R.

Sem mais verborragias, só tenho isso a dizer:

1 - Foi incrível, tudo incrível.
2 - Foi melhor do que em 2010, quando vi a apresentação de arquibancada no Morumbi.
3 - Você precisa conferir a turnê. Sério. 

Ressaca de Paul McCartney


A evacuação do estádio foi rápida, mas demorei ainda algumas voltas pelo Mineirão (uma volta e meia com cara de cem), junto ao Davi, para encontrar minha amiga Sylvania, de Brasília, que havia me arrumado hospedagem no apartamento de uma amiga no centro. Entre problemas de falta de sinal e de bateria, fatores que infelizmente são comuns neste tipo de evento, localizei-a graças a uma mensagem do Whatsapp.

Saímos, portanto, eu, ela e Davi, em busca de um táxi e de ideias de algum lugar para poder comer algo na noite de BH, mas logo desistimos do tal lugar para comer (o cansaço e a pouca orientação venceram) e nos concentramos apenas no táxi, o qual pegamos após andar uma certa distância a fim de evitar o trânsito. Mas nem de longe a situação na cidade se mostrou caótica como é um pós-show no Morumbi, por exemplo, onde o fluxo de pessoas e veículos beira o infernal e os táxis se aproveitam para cobrar caro. Espero que não tenha sido apenas uma sorte nossa, e sim um fator recorrente: pagamos o que estava indicado no taxímetro.

Não que o táxi tenha sido totalmente eficiente: o motorista deixou eu e a Sylvania um pouco à frente do prédio. Como não tínhamos ideia da localização geográfica das coisas na cidade, demos algumas voltas à procura dele - ruas desertas, noite adentro, centro esquisito, em posse de uma câmera fotográfica emprestada. Mas nada nos aconteceu até encontrarmos o local, que era exatamente em frente a um museu que eu havia comentado um pouco antes com o taxista que era bonito.

Já no apartamento, tentei, trocando algumas ideias com a Ana Clara pelo Facebook, localizar algum delivery pela cidade. Descobri que Belo Horizonte é bem recheada de um serviço de delivery 24h de bebidas, mas meu desejo era o de comer um lanche de frango enorme (depois vocês entenderão que a gente deve ter cuidado com o que deseja). No entanto, tendo em vista o fracasso, dei algumas cochiladas com o celular na mão, o que me venceu e convenceu de que comer era algo para o dia seguinte.

Belo Horizonte amanheceu para mim às oito da manhã com aquela ressaca de Paul McCartney, que ainda ecoava na mente e sorria alguns anos mais novo na camiseta da Sylvania. Na necessidade de comer algo, decidimos vasculhar o centro à procura de um lugar. Foi quando descobri a tradicional feira hippie da cidade, infinitamente maior do que a que existe por aqui em Campinas, que é realizada todos os sábados no Centro de Convivência. Descendo para lá, pude observar um cara subindo que, com uma mão, levantava a camiseta. A outra estava dentro da calça. Um tarado em potencial andando livremente, em plena luz do dia. Mas também observei um sem número de camisetas dos Beatles vestindo pessoas, o que significava que todo mundo estava no tal sentimento da ressaca.

A feira hippie me rendeu um shorts listrado (R$ 20), três pacotes do incrível biscoito de polvilho escaldado (R$ 10) e dois bombons esquisitos porém interessantes de chocolate que ainda não comi até o encerramento deste texto (R$ 5). Diversos artigos dos Beatles eram vendidos, como um pingente bem legal que estava estirado na tenda de um artesão, com apenas o contorno do rosto de cada um dos integrantes, vendidos separadamente, em cobre. Cada pingente custava R$ 10, mas acabamos não levando.

As 11h após esperar a abertura por 10 minutos na porta, adentramos um Subway que ficava próximo ao prédio e compramos algumas coisas para beliscar, uma vez que, devido a minha fome, eu precisaria dessa refeição e de um almoço para me satisfazer. E ele veio às 13h, quando a Sylvania saiu com os amigos do apartamento, que me deixaram de carro no Diamond Mall, onde me encontrei com a Ana Clara para, efetivamente, almoçar. O lugar escolhido por ela foi a Eddie's, que, pelo que entendi, é uma hamburgueria tradicional na capital mineira. Lá optei por um lanche de frango chamado Naples, que trazia um hambúrguer de frango empanado.

Que lanche gigante.

Enorme.

Desde que me alimentei com ele (R$22, acompanha (muita) batata), demorei para conseguir comer direito de novo - estou conseguindo fazer isso apenas no dia de hoje. Mas recomendo, recomendo muito.

A viagem de volta contribuiu ainda mais para a ressaca. Em 9h de carro vi o Botafogo começar a ser campeão em uma das paradas e participei de uma arriscada manobra que envolvia parar o carro no acostamento para tirar foto com a estátua do Pelé em Três Corações. Depois dessa, cansaço virou meu sobrenome. Foi como um Jet Lag de carro. Mas estou bem. Estou aqui. Estou contando tudo e faria tudo de novo. Afinal, Paul McCartney acenou pra mim e ele é tudo isso.

Um comentário:

  1. Não poderia ter sido descrito em melhores palavras. Ele é mesmo tudo isso. <3

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