O fim da turnê de "AM" no Brasil

Fonte: Marcelo Brandt/G1
Li diversas resenhas sobre o show do Arctic Monkeys em São Paulo. Em geral, as opiniões foram bastante parecidas com a minha, enquanto outras achavam que a postura adotada pela banda era de descaso com o público. A turma liderada por Alex Turner entrou demonstrando a que veio: pra fazer um show cheio de profissionalismo. Sem perder tempo com muita conversa, respeitando à risca o pouco tempo de show (cerca de 1h30), pra trazer o máximo de música possível. 

Com uma lista de músicas muito parecida com a do Lollapalooza Chicago, a banda trouxe diversos antigos sucessos, diferente dos demais shows de “AM” que vimos mundo afora, que priorizava as canções novas. Talvez os músicos não tivessem compreendido até então o sucesso que eles fazem aqui em terra tupiniquim, já que estavam acostumados a vir apenas para festivais. Inclusive, essa foi a melhor explicação que encontrei com a preocupação que eles demonstraram no palco em seguir tudo à risca, inclusive com o cabelo.

Fonte: Stephan Solon/Move Concerts (Midiorama)
A simpatia de Turner é discreta, com direito a uma frase ou outra em português, alguns sorrisos e muitos "obrigados". Fica claro que a intenção era mostrar seu interesse no show com as canções e performances, inclusive respeitando cada ‘iê iê iê’ das versões de estúdio. A banda conseguiu vencer a falta de estrutura que sempre decepciona os fãs quando se trata em Arena Anhembi. 

Uma das razões pela postura da banda no palco se deve a mudança que o Arctic Monkeys vem demonstrando depois do lançamento de “AM”, tentando se desvencilhar da figura de banda indie e se voltando mais para o rock’n roll. Mudanças que tem dado certo e que os colocou em sexto lugar na parada americana, um público que eles demoraram a conquistar apesar da euforia no resto do mundo. Além disso, a preocupação com os acordes e com a perfeição fica cada vez mais clara a cada nova turnê.  

Como não poderia faltar, os Monkeys, juntos com os companheiros de apresentação do The Hives, se jogaram na noite paulistana, mostrando que queria sim se aventurar, mesmo que não houvesse demonstração clara disso no palco. Sortudos os que ficaram no Baixo Augusta até às 4h da manhã, já que o grupo apareceu lá sem avisar. 

Fonte: Stephan Solon/Move Concerts (Midiorama)
O show do Rio de Janeiro, de acordo com os comentários, também não ficou atrás, inclusive pelo número da bilheteria: os mesmos 30 mil que vimos em São Paulo. Sérios e centrados, os cariocas puderam curtir o melhor da banda, com um show quase idêntico, em que preferiram tocar "Fireside" ao invés de "My Propeller". 

Como fã da banda e sem nunca ter assistido a nenhum show deles, essa foi a apresentação que esperava ver. Saí satisfeita, apesar de todos os contras - a chuva fina e fria, a grande fila pra entrar que se prolongava do lado de fora até mesmo depois da apresentação calorosa de The Hives – e espero vê-los por aqui mais vezes.

0 comentários:

Postar um comentário