Primeiras impressões sobre Ilhabela, do Holger


Fã dos trabalhos anteriores da banda, Karina Pilotto foi ouvindo o novo álbum e escrevendo o que achou...


por Karina Pilotto





Holger perdeu a linha. E se fosse uma pessoa, eu a chamaria de bandida. Holger virou a loira de olho azul que quer ser mulata do cabelo cacheado, achando que ninguém iria perceber. Deixou a ideia subir na cabeça e empolgou, o que não é comum dos discos anteriores.

As três primeiras músicas eu não queria nem comentar. Tentaram abrasileirar, esse lance todo de Avalanche Tropical, mas, na verdade, trouxeram três canções desastrosas. Parece que o efeito de algo ilícito só some a partir da quarta música, Great Strings. Another One, a quinta, é aquela trilha das 6h da manhã, quando você está voltando pra casa e o sol está surgindo. As pessoas estão indo trabalhar e você está voltando pra casa.

O batuque volta em Infinita Tamoio, como quem diz: “Ok, agora é a hora de VOCÊ acordar para ir tocar sua vida”. Se eu pudesse definir essa música em três palavras, elas formariam a expressão "micareta universitária hipster”. Calma, o que é isso? Um rap em espanhol, ok, mas com uma puta pegada de eletrônico... Perdeu a linha de novo.

Em Pedro, o riff do começo me convenceu, e quando gosto nos 10 primeiros segundos, é porque eu gosto mesmo. A mocinha cantando junto foi uma boa escolha. Então significa que já escureceu e a galera está fazendo aquele esquenta de leve para a próxima balada, mas sem as bebidas. Agora é hora de se trocar, de combinar o horário, comer alguma coisa antes... 

Full of Life é uma boa música para quando você está chegando ao evento e cumprimentando os amigos, mas não acha quem está procurando. Bambalira já apresenta uma semelhança com o Sunga (2010). Aliás, semelhança demais. Voltei para o começo da música de novo, é uma mistura de Caribean Nights com She Dances. Mas é, aquela coisa, efeitos alucinantes de novo, ainda no começo. É só aquela viagem, um pega de leve.

Treta. A penúltima música me remete aquele enjoo de leve, que bate quando a banda já acabou, a cerveja já esquentou, e você dança porque, porque... Chegou Ilhabela, a música que nomeia o álbum. A introdução, hum.... “E bora lá, e borá lá, e borá lá”. “É só um jeito, cê sabe o jeito de falar”... CHEGA.

Assista ao clipe de "Ilhabela" aqui:


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