O casamento de "Toque Dela" e "Pitanga"

O amor de Marcelo Camelo e Mallu Magalhães se relaciona diretamente em suas canções




Já estamos acostumados com as canções de amor que tratam das dores de cotovelo e de suas implicações. Mas o amor realizado e otimista também pode ter seus dilemas, por mais que eles tenham uma solução imediata implícita. Este tipo de relação veio em forma de casamento em dois bons álbuns nacionais de 2011, Toque Dela, de Marcelo Camelo e Pitanga, de Mallu Magalhães. Quase que componentes naturais um do outro, eles transformam relações em equações nas quais o X da questão é sempre 2.

Mallu, por exemplo, se desculpa de uma situação em Cena (Não sou assim, amor/Foi só uma maré ruim/Perdoa o drama/E não desiste de mim), enquanto Camelo dedica quase todo um álbum para dizer o quanto está rendido ao amor (destaque para Vermelho), automaticamente respondendo às inquietações presentes no trabalho da moça. Ambos os álbuns, portanto, são sobre aquele amor que estará lá esperando ao fim do dia, seja lá o que for acontecer.




Este amor é sempre esperançoso, ansioso, acomodado ao tempo. Toque Dela e Pitanga trazem um universo plano que torna fácil relacionar as canções umas com as outras e acompanhar uma história que vai além das letras. É sobre mudança, é sobre crescimento, é sobre foco - algo que ainda não vinha aparecendo nos dois álbuns anteriores de Mallu e em Sou, o primeiro de Camelo.  

Basicamente, ele se entrega totalmente à sua nova vida e ela tenta acompanhar. Com isso, os dois também se tornaram mais maduros em seus trabalhos. Toque Dela afirma o hermano em sua carreira solo, dando-lhe uma liberdade para ter uma vida além do cancioneiro da banda carioca que nos proporcionou várias coisas boas, como uma apresentação especial voz e violão que passou por alguns lugares do país em 2012. Mallu se arrisca mais no português e finalmente traz à tona o seu talento escondido nas canções despreocupadas do MySpace, principalmente enquanto compositora.



A relação que vemos entre os dois não traz, no entanto, nada de platônico. Não, nada de fantasias que imaginam formas e sensações. O que se sente é que esse tal amor precisa ser alimentado a todo o momento. E eles, portanto, apenas mostram como lidar com ele, enquanto também se mostram naturalmente, sem pretensões, como nomes promissores da nossa música atual.  

E tudo começou assim:


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