Sobre ser surpreeendido, Norah Jones e música boa
Por Sandy Quintans
Norah Jones está vindo para o Brasil e isso me lembrou um filme que eu amo: My Blueberry Nights. Lembro que há uns quatro anos, assisti ao filme por causa da Norah e do Jude Law, que já havia mudado minha vida com Closer. É engraçado como alguns artistas acompanham a nossa vida. Quando eu tinha 13 anos estava assistindo ao Jornal da Globo e passava uma reportagem falando sobre um novo nome do Jazz. Era a Norah Jones. Estranho é que eu não costumava assistir ao jornal, e por acaso havia dormido com a TV ligada e acordei pra desliga-la. Desde então Norah Jones nunca saiu da minha playlist e Don’t Know Why fez parte de muitas fossas da minha vida.
Daí, fui assistir ao tal filme com os escritos Um Beijo Roubado, que trazia uma imagem de Norah e Jude em um beijo poético na capa, e fui surpreendida. Primeiro pela quantidade de pessoas lindas e talentosas: além do casal da capa, ainda tinham Ed Harris, Rachel Weisz e Natalie Portman. Segundo pelo enredo, a história é deliciosa. E depois tem a trilha.
Quem conhece o diretor do filme, Wong Kar Wai, vai saber que umas das coisas que o cineasta mais toma cuidado é com a trilha sonora. E com Um Beijo Roubado não poderia ser diferente. O cineasta chinês chamou Norah Jones como protagonista do seu filme e ao fim das filmagens recebeu um presente da cantora: a música The Story, que virou tema do longa. The Story é uma música deliciosa de ouvir, principalmente quando ela está prestes a abrir a história que o filme irá trazer e avisa: “Mas se você não se entregar/A luz não atingirá seus olhos”.
Depois de nos depararmos com The Story, conhecemos Elizabeth (Norah Jones), uma jovem que está a procura de um homem com quem tem um relacionamento e dá de cara com Jeremy (Jude Law). Jeremy é dono de um bar em que Elizabeth passa a voltar todas as noites para conversarem e dividir a torta de Blueberry. Depois o filme embarca em uma aventura em que Elizabeth quer se encontrar, e encontra uma porção de talentos pela estrada.
Durante todo o filme, somos bombardeados com músicas lindas e que fazem o clima do longa, como The Greatest e Living Proof, ambas de Cat Power. Try a Little Tenderness, de Ottis Redding é imperdível, assim como Looking Back, de Ruth Brown. Long Rider e Busrider, de Ry Cooder e Eyes on the prize, de Mavis Staples também fazem parte da trilha. Harvest Moon, de Cassandra Wilson e as instrumentais Yumeji’s Theme, de Chikara Tsuzukii e Pajaros, de Gustavo Santaolalla, são, sem dúvidas, as mais marcantes.
O filme, talvez, não tenha sido um dos mais aclamados pela crítica. Mas sem dúvida é um filme que trata de relacionamentos, estrada e jazz. Não deixe de ouvir esta trilha.
Oi Sandy! Não conheço esse filme, mas também gosto do trabalho do Jude Law. Da Norah Jones só conheço mesmo essa música que você citou, "Don't know why", mas acho a voz dela incrível, e sei que estou em dívida com ela... preciso ouvir mais!
ResponderExcluirVocê escreve muito bem, estou me tornando sua fã, rsrs.
Bjo!
Bom lembrar que a Chan Marshall (Cat Power) faz uma pontinha no filme também como ex do Jude Law.
ResponderExcluirBem lembrado!
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