Mais coração do que dor de cotovelo

Compositor e poeta, Vinícius Gandolphi destaca a música que gostaria de ter feito e por quê

por Vinícius Gandolphi




É engraçado falar “eu queria ter feito essa música”. Muitas vezes a frase é usada em verdadeiras obras primas de qualidade incontestável. Quem não queria ter Bohemian Rhapsody ou The Immigrant Song entre suas composições?

Mas já que nem todo mundo nasce com o dom de ser épico, clássico ou sobrenaturalmente fodástico, cabe dizer “eu gostaria de ter feito essa música”. Soa mais como uma homenagem do que como inveja. Soa mais coração do que dor de cotovelo.

A primeira vez que pensei na frase que dá título a esse texto foi ao ouvir Broken, de Jack Johnson. Não, não é uma música digna de estar entre as maiores de todos os tempos em listas de revistas mundialmente conhecidas.

É que ela parecia falar comigo, ter saído de mim.



Uma das estrofes que provavelmente me fizeram ter certeza disso está depois do solo e diz o seguinte:


...With everything in the past

Fading faster and faster until it was gone

Found out I was losing so much more than I knew all along

Because everything I've been working for

Was only worth nickels and dimes
But if I had a minute for every hour that I've wasted
I'd ve rich in time, I'd be doing fine...

Mais especificamente, os dois últimos versos [Mas, se eu tivesse um minuto para cada hora que perdi, eu estaria ganhando tempo, estaria bem] soaram como frases que eu diria a um amigo. Depois de desfazer um namorico de colegial, eu ainda colhia alguns cacos. Essa música foi uma daquelas que entraram na minha vida na hora e no lugar certos.

Destino, eu diria.

Vinícius não fez "Broken", mas fez uma música chamada "A Tempestade":




Para conhecer o trabalho dele, clica aqui.


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